Sedentarismo: questão de vida ou morte!



O sedentarismo é mais um sintoma deste século, intimamente ligado ao estilo de vida moderno, sendo definido como:


"em boa parte das vezes ficar parado, assentado ou com um mínimo de atividade física” (JORGE FILHO, 2001, p. 96).

O corpo humano necessita de exercícios para manter seus órgãos funcionando bem, mas, indo na contramão, as pessoas estão, cada vez mais, em frente ao computador, televisão ou dentro de seus carros.


Como consequência, tem-se o sedentarismo, fator de risco que atinge pelo menos 80% da população urbana (JORGE FILHO, 2001) (saiba mais sobre fatores de risco).

Pasmem, a cada hora que uma pessoa acima dos 25 anos passa sentado, reduz 21 minutos de sua expectativa de vida!

Esse é um resultado de um estudo realizado pelo médico Jacob Veerman pela Universidade de Queensland, na Austrália.

Outro estudo realizado por Emma Wilmot, endocrinologista da Universidade de Leicester, Inglaterra, apontou que um adulto passa entre 50 e 70% do dia sentado, isso porque além de ficar sentado no trabalho, ao chegar em casa, continua sentado, assistindo TV, lendo, sai pra jantar ou para o cinema. 

A função do corpo humano humano não é ficar sentado por tanta horas!

E com isso, Emma Wilmot concluiu que as pessoas que passam mais de 7 horas por dia sentadas tem 112% de probabilidade de risco para desenvolver diabetes, 147% para desenvolver doenças cardiovasculares e 49% de probabilidade de morrer prematuramente.

É uma questão bastante grave e a situação do sedentarismo em nível global é bem alarmante.

Pesquisa publicada em 2012 pela revista médica britânica The Lancet alertou que um terço da população mundial adulta está sedentária, levando a morte de cinco milhões de pessoas anualmente. Para o mesmo estudo, o sedentarismo já é considerado uma pandemia¹, atingindo três em cada 10 indivíduos com mais de 15 anos e quatro em cada cinco adolescentes entre 13 e 15 anos, aumentando com a idade e sendo maior entre as mulheres.

No Brasil, o sedentarismo vem crescendo atingindo 70% de sua população. Segundo pesquisas da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), é por essa razão que os problemas de coração já matam mais que os outros fatores de riscos à saúde.

E, conforme a Sociedade Brasileira de Hipertensão, a “vida sedentária pode ser responsabilizada por 54% do risco de morte por infarto e por 50% do risco de morte por derrame cerebral - principais causas de óbito no país”.

Na mesma revista The Lancet, outro estudo publicado também em 2012, liderado pelo brasileiro Pedro Hallal mostrou que a população brasileira está entre as mais sedentárias do mundo! Além do estilo de vida, fatores como a segurança, pouca oferta de espaços públicos de lazer e falta de dinheiro para pagar uma academia foram apontados como fatores que dificultam a prática de atividades físicas.

O sedentarismo pode levar a doenças como diabetes, hipertensão arterial, ansiedade, aumento do colesterol, infarto do miocárdio, comprometimento das funcionalidades de diversos órgãos e obesidade.

A obesidade já se situa como um fator de risco isolado para o sistema cardiovascular, mas em geral, ela acentua os outros fatores de risco já existentes, por exemplo, piora a diabetes, hipertensão arterial, colesterol, entre outros.


Segundo Jorge Filho (2001) a gordura em excesso necessita de mais suprimento de sangue e por isso a pressão aumenta assim como o trabalho do coração também, sendo que para cada quilo de peso ganho, a pressão máxima e mínima aumentam em 1,6 e 1,1 mmHg.

Logo, a obesidade é o acúmulo de gordura no corpo resultante da ingestão de energia na alimentação superior ao gasto pelo organismo para manter e realizar suas funções diárias.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a obesidade pode ser determinada pelo Índice de Massa Corporal (IMC), seu peso [kg] dividido pelo quadrado da sua altura [m], associado a circunferência abdominal.

Cálculo do IMC: por exemplo, se você tem 67 kg e 1,58 m, logo seu IMC é 67kg/1,58m², 67/1,58², 67/2,4964 = 26,83.

Pela classificação do IMC e a circunferência abdominal, tem-se:

(OLIVEIRA; GODOY, 2009)

Sabe-se que a hereditariedade, questões emocionais e ansiedade, alterações hormonais e medicamentos como anticoncepcionais e antidepressivos podem contribuir para obesidade e necessitam de outros cuidados. 

Contudo, o tratamento mais simples para a obesidade é reduzir a ingestão de calorias e aumentar a atividade física!

Percebe-se que sair do sedentarismo e combater a obesidade é questão de vida ou morte!



A Sociedade Brasileira de Hipertensão recomenda que para deixar de ser sedentário deve-se praticar atividades esportivas ou exercícios físicos de intensidade moderada durante 40 a 60 minutos de 3 a 5 vezes por semana.

A SBC recomenda que pessoas com menos de trinta anos sem patologias cardíacas, ortopédicas e respiratórias ou desprovidas de fatores de risco, como obesidade, hipertensão, diabetes (saiba mais sobre fatores de risco) podem iniciar atividade física leve sem acompanhamento e para acima de trinta anos, recomenda-se fazer uma avaliação médica, principalmente se o indivíduo apresenta fatores de risco.


Uma alimentação equilibrada é fundamental no controle de peso e para uma boa saúde do coração, vale um reforço.


A ingestão de ômega 3 e alho cru, geralmente encontrado em cápsulas, auxiliam o sistema cardiovascular, atuando na prevenção de hipertensão arterial e diabetes, controlando hipertensões arteriais leves e níveis de glicose e evitando a formação de trombos no sangue (entupimento dos vasos sanguíneos).


¹enfermidade epidêmica amplamente disseminada.

Fontes:

JORGE FILHO, J. P. Em busca da saúde ideal: manual para uma vida saudável. Belo Horizonte: Leitura, 2001.
HALLAL, P., at al. Global physical activity levels: surveillance progress, pitfalls, and prospects. The Lancet, v. 380, n. 9838, p. 247-257, 21 jul. 2012.
Sociedade Brasileira de Hipertensão - www.sbh.org.br
OLIVEIRA, J; GODOY-MATOS, A. F. Sobrepeso e obesidade. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. In: Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO). Diretrizes brasileiras de obesidade 2009/2010. 3 ed. Itapevi, SP: AC Farmacêutica, 2009.  

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