Fatores de Risco e Estilo de Vida
Entendendo que a medicina do futuro será a PREVENTIVA, hoje, falaremos sobre fatores de risco e estilo de vida[i]
“Antigamente, pensava-se que a
saúde, inclusive a saúde do coração, era simplesmente um dom. Ou tinha-se ou
não tinha saúde, independentemente da vida que se levava. Depois, os cientistas
suspeitaram que a coisa não era bem assim. Apesar do componente genético, este
sim o chamado ‘dom’, grande parte da saúde seria proveniente dos hábitos e
estilos de vida das pessoas” (JORGE FILHO, 2001, p. 21).
“Estilo de vida é a forma pela
qual uma pessoa ou um grupo de pessoas vivenciam o mundo e, em consequência, se
comportam e fazem escolhas. Alguns padrões sociais de estilo de vida
constituem os principais fatores de risco comportamentais envolvidos nas doenças
crônicas e
incapacidades sérias. Observe-se que doenças crônicas como as cardiovasculares e
neoplasias, junto com os acidentes e violências estão entre as principais causas de morte nas sociedades desenvolvidas ou não”[ii].
O estudo de Framingham se iniciou
na década de 1940 (e ainda continua), com grupos de indivíduos sadios que
posteriormente eram acometidos por doenças graves como infarto, morte súbita,
acidente cerebral, entre outras, enquanto outros não eram. Foi nessa pesquisa
que surgiu a expressão “fatores de risco” para designar certos indivíduos mais
predispostos que outros a eventos cardiovasculares.
Determinados estilos de vida pode envolver comportamentos não favoráveis a saúde, fazendo com que o indivíduo se posicione dentro dos fatores com maior risco de desenvolver determinadas doenças, em até idade precoce. Hábitos como fumar, beber bebidas alcoólicas em excesso, comer muito sal, gordura ou açúcar, permanecer muitas horas em frente a TV, não praticar atividade física, entre outros, podem levar os indivíduos a se incluir nos grupos de maior risco.
A mudança de ritmo e estilo de vida da humanidade tem levado os indivíduos a estarem mais sedentários, ingerindo alimentos mais calóricos, expostos a níveis altos de estresse. As próprias brincadeiras infantis estão mais estáticas, com uso de computadores, tabletes e videogames. Espaços de lazer e recreação estão mais escassos, limitando-se cada vez mais à "concretização" citadina.
Antes, as doenças cardiovasculares eram
importantes causas de óbito em países desenvolvidos. Atualmente, países em
desenvolvimento que já têm o controle sob as doenças infecto-parasitárias,
atingindo longevidade de suas populações, têm tido maior incidência de doenças
cardiovasculares em sua população, e, cada vez mais, em uma faixa etária menor.
Determinados comportamentos relacionados ao estilo de vida do indivíduo pode o incluir em grupos de maior risco ou menor risco de desenvolver doenças, hoje tem-se sete fatores de risco reconhecidos para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, analisados dentro da faixa de menor risco, intermediária e maior risco, lembrando que as doenças cardiovasculares
são inimigo número “1” do mundo civilizado:
Esses fatores de risco são passíveis
de eliminação ou controle adequado, necessitando efetuar mudanças no estilo e hábitos de vida, eliminando ou minimizando fatores que possam levar a problemas sérios de saúde e em idade precoce e situar-se dentro da faixa intermediária ou de maior risco.
É necessário considerar que:
- Os riscos se potencializam
quando são simultâneos; o todo sempre é mais perigoso do que as somas das
partes;
- Quanto mais tempo um fator de
risco agir, maior será a chance de o problema acontecer.
- Os fatores de risco ocorrem
frequentemente em associação. Por exemplo: obesidade, níveis altos de colesterol,
glicose, triglicérides e pressão alta, sedentarismo.
- Os engajamentos para
modificarem os fatores de risco não surtam efeitos se forem breves, mas sim, se
forem para uma vida toda.
- Os fatores de risco modificáveis
agem sob uma base genética não modificável, que varia de pessoa para pessoa.
Então, evite comparações com outras pessoas. Compare-se consigo próprio, antes
e depois, das mudanças para hábitos mais saudáveis.
Existem ainda três situações de
riscos não passíveis de eliminação ou controle:
- História
familiar;
- Sexo
masculino ou mulheres em pré-menopausa (fumantes e que utilizam pílula
anticoncepcional), em pós-menopausa, diabéticas;
- A
idade. Homens acima dos 45 anos e mulheres acima de 55 anos.
Sintetizado
de: JORGE FILHO, J. P. Em busca da saúde ideal: manual para uma vida saudável.
Belo Horizonte: Leitura, 2001.
[ii] Estilo
de vida. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Estilo_de_vida>.
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